Sobre Vinho, Família e Cultura.

Olá,
Na sequência mais uma colaboração da Ana Sitta e mais um texto que relata as boas experiências com o vinho. Espero que gostem, eu adorei!

Na semana passada participei da Wine Weekend com a equipe do Blog e acabei convidando um casal de amigos iniciantes no mundo dos vinhos. Durante as degustações, o Rodrigo foi tirando algumas dúvidas deles e ao longo da conversa eu fui lembrando da nossa infância e de onde surgiu essa paixão pelos vinhos.

Eu tenho uma memória afetiva enorme com o vinho. Sei que o Rodrigo já contou um pouco da dele aqui, no Post de Aniversário do Blog, mas a minha, apesar de sermos irmãos, é um pouco diferente.

Nossa família é de origem italiana, e essa origem cultural sempre foi muito presente no nosso dia-a-dia. Meu pai, apesar de ter nascido no Brasil, era o típico patriarca italiano. Quando veio para São Paulo, logo escolheu o bairro da Mooca para criar a família. Nossa infância e adolescência era repleta de chamadas de atenção em italiano como “stati attenti”, “qui comando Io”, “Guarda”, “Fa attenzione”… fora alguns palavrões que vamos deixar aqui de fora…rs.

Umas das tradições, desde quando éramos bebes, foi meu pai molhar a nossa chupeta no vinho. Dizia que era bom para o coração e para uma boa noite de sono. Alguns anos depois, já podíamos molhar o dedo na taça de vinho (hábito esse que meus sobrinhos têm até agora). Depois, lá com uns 9 anos, ele misturava um pouco de vinho com guaraná e quando mais velhos, podíamos beber vinho misturado com água. Aos 18 anos, todos já apreciávamos uma taça durante as refeições de domingo.

Vinho com a família

Por essas e outras, eu logo aprendi bem cedo que o vinho era mais do que uma bebida, era um estilo de vida.

Aos 7 anos fui para Lucca, cidade de onde vem a família da minha mãe na Itália. Lá ficamos na casa da minha Zia que, naquela época, já devia ter seus 80 e tantos anos, e que tomava vinho em TODAS as refeições e achava estranhíssimo alguém que não tomasse… L’acqua fa male (água faz mal) sempre dizia ela. Se a água fazia mal mesmo, eu não sei, mas que ela tomava champanhe quando teve pneumonia, ela tomava! Dizia ela que fazia bem para o pulmão… Hoje entendo que não é que ela fosse contra a água, mas ela via no vinho muitos benefícios, para pulmão, coração e acima de tudo, para a alma! Claro, sempre com moderação.

Não é à toa que até hoje quando eu bebo vinho, me vem à memoria esses momentos, esses ensinamentos. Me vem a imagem da nossa família toda reunida no domingo comendo uma bela pasta, rindo, compartilhando histórias e ensinamentos. Mesmo lá, na feira, o vinho era um “conector” entre as pessoas, que estavam juntas, compartilhando conhecimentos, momentos e histórias também.

O vinho tem esse poder, de unir pessoas, de criar memórias afetivas, de resgatar laços culturais e familiares.

E você, qual a sua melhor memória com o vinho? Deixe nos comentários suas lembranças!!

Ana Sitta é responsável pelo Marketing do Blog

 

15 comentários em “Sobre Vinho, Família e Cultura.

  1. Qué linda y verdadera historia pude viver con ustedes algunos momentos sacramentados y maravillosos *( no parece pero es clase) rsrsrs bebiendo buenísimos vinos, gracias Ana!!

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  2. Ana, obrigada pelo texto! Minhas memórias afetivas também são deliciosas, cheias de aromas e sabores. Meus nonos foram fundamentais na minha formação, meu Deus quantas massas eu ajudei passar no cilindro rs Eta coisa boa, obrigada🙏🏽

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  3. Que lindo texto! Minha família de imigrantes espanhóis também me deixou essa herança é hoje vejo como a riqueza do caminho que escolhi, trabalhar e estudar vinhos é uma paixão que se aprende mais a cada dia! ✈️🍷 adoro viajar no vinho ✈️🍷

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  4. Que Lindo texto. Justamente hoje li quando faz exatamente um.ano que retornei da Itália e logo cedo me deu a saudade daquele país que e do meu coracao e onde me dedico muito a estudo dos vinhos italianos. A minha memória afetiva do vinho vem da familia espanhola onde minha avo fazia sangria e bebiamos ais domingos. Tbem lembro do sagu feito com vinho sim minha avo fazia no vinho era delicioso e isso muito me dá saudades . Eu sempre amei vinho desde cedo e hj estou neste mundo maravilhoso e que será eterno. Parabéns pelo belo texto

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