Olá,
O Estiba Reservada da bodega Catena Zapata é, sem dúvida alguma, um dos 3 vinhos mais icônicos da Argentina. Isso se ele não for o número 1!! As informações que você lerá a seguir, ajudarão a corroborar minha opinião.
Estamos falando do principal vinho da vinícola Argentina mais prestigiada no mundo. Dadas as devidas proporções e se falarmos em relação ao renome Mundial, a Catena Zapata é na Argentina o que a Concha y Toro é no Chile.
E realizar uma degustação vertical deste vinho, mesmo que de “apenas” 4 safras, foi uma experiência inesquecível. Agradeço aos confrades César Boreli, Toni Moneiro e José Eduardo pelo convite para esse evento extraordinário e ao amigo Damian pelas informações sobre o vinho.
Mas antes de falarmos da degustação, vamos saber um pouco mais sobre esse sonho engarrafado.
História e Curiosidades
– A primeira safra foi em 1990, um corte de Cabernet Sauvignon com uma pequena porcentagem de Malbec. A maior parte da colheita foi exportada, mas um lote especial de Cabernet Sauvignon foi separado para venda no mercado doméstico da Argentina. Assim surgiu o vinho CATENA ZAPATA ESTIBA RESERVADA, produzido a partir dos melhores barris da vinícola. E ele se tornaria o vinho tinto argentino mais procurado pelos colecionadores.
– A composição do vinho, que inicialmente era quase 100% de Cabernet Sauvignon, com o passar dos anos transformou-se em um corte de castas típicas de Bordeaux.
– De cada safra, existem cerca de 30.000 garrafas. A safra 2007, por exemplo, atingiu a produção de 34.700 garrafas.
– Hoje, a maior parte da produção de Estiba Reservada é vendida no mercado chinês, onde pessoas de alto poder aquisitivo o consideram como um presente de luxo e muito apreciado.
O Catena Zapata Estiba Reservada faz parte da elite dos vinhos mais caros do mundo. Em um ranking elaborado pelo site http://www.wine-search.com, foram identificados os 50 vinhos de maior valor comercial, pelo preço médio e preço máximo. No topo da lista está um Grand Cru de Henri Jayer Richebourg, Côte de Nuits, no valor médio de 16.028 dólares e um máximo de 27.736 dólares. Este ranking inclui 41 vinhos da França, 5 da Alemanha, 2 de Portugal, 1 dos Estados Unidos e 1 da Argentina. O Estiba Reservada está classificado em 46º lugar, com um valor médio de 1.257 dólares e um máximo de 12.496 dólares.
– O fato de ser um dos vinhos mais caros do mundo, também o torna alvo dos falsificadores de vinhos. Eu mesmo já tive a má sorte de beber uma garrafa falsificada há alguns anos atrás.
– Tentei encontrar a informação sobre a capa de feltro utilizada na embalagem do vinho e não obtive sucesso. Informalmente recebi a informação de que ela é apenas para dar uma aparência luxuosa ao vinho.
Degustação Vertical
Neste evento, realizado no El Travia do Itaim, provamos em um único flight as safras 2001, 2006, 2007 e 2010. Os detalhes estão na sequência:
Estiba Reservada 2001: o grande campeão da degustação por unanimidade, um vinho perfeito. Vinho macio e equilibrado, taninos finos e largo final. Nessa safra o enólogo responsável ainda era Pepe Galante e o corte é 52% Cabernet Sauvignon e 48% Malbec com passagem de 24 meses em carvalho francês 100% de primeiro uso. Nota 5,0 estrelas.
Estiba Reservada 2006: empatou em segundo lugar com a safra 2010, mas na minha opinião foi o terceiro. Ainda com longa vida pela frente e aromas de frutas negras e chocolate, em boca taninos firmes e final potente. Nessa safra o corte é Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Petit Verdot e Malbec com passagem de 24 meses em carvalho francês 100% de primeiro uso. Nota 4,6 estrelas.
Estiba Reservada 2007: talvez se fosse degustado sozinho seria melhor avaliado mas lado a lado com as outras safras mostrou que ainda precisa de bons anos na adega. Um pouco fechado mesmo após 3 horas em decanter, frutas vermelhas em evidência, em boca taninos rústicos e final austero. Nessa safra o enólogo responsável já era Alessandro Vigil e o corte é 79% Cabernet Sauvignon e 21% Cabernet Franc, Merlot, Malbec e Petit Verdot com passagem de 18 meses em carvalho francês 100% de primeiro uso. Nota 4,4 estrelas.
Estiba Reservada 2010: na minha opinião foi o segundo colocado. Incrivelmente pronto, mostrando uma possível mudança na vinificação. De acordo com a informação que recebi, o corte dessa safra é 85% Cabernet Sauvignon e 15% Cabernet Franc (o mesmo do meu querido Sassicaia) com passagem de 18 meses em carvalho francês 100% de primeiro uso. Nota 4,8 estrelas.
Uma degustação que irá ficar na memória! Saúde a todos!!
Um evento incrível, com ótima companhia!
Que venham os próximos!
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Encontro inesquecível deste icônico com amigos pra lá de especiais, muito grato pela oportunidade.
Que belíssima matéria Sitta, parabéns!
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Eu que agradeço César. Saúde sempre amigo!!!
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Esse foi um momento único, seja pelos vinhos incríveis e principalmente pelas companhias especialíssimas!!! Excepcional!!! 🍷🍷
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Muito obrigado meu amigo. Mas como você disse, não teria sido tão especial sem a presença dos amigos.
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Muito obrigado Ze. 🙏🙏🙏🙏
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Grande vinho e excelente matéria como sempre, Sitta!!! Parabéns!
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Que espetáculo amigo! E pensar que eu quase tomei esse vinho…
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Tava no dia da má sorte né amigo?? Kkkk
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Pois é, acontece kkk
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Kkkkkkkkkkk…. eu também !!!!
Sorte que tive outras oportunidades!
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Tavinho, batemos na trave kkk
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O 2006 que tomei teve notas diferentes das do Sitta: “folhas secas, especiarias, madeira, mentol e balsâmico”. Lembro muito bem! Acho que foi uma série especial, produzida no Chile e engarrafada na Argentina. Ainda, no local da numeração da garrafa, que era 002923, tinha a indicação de 10000 produzidas. Indicação de que foi numerada numa grande gráfica paraguaia e contrariando a produção anual do produtor.
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Kkkķkkk.
Chorei Edi.
Era um Almaviva na verdade. Daqueles de segunda e Habbibs
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Show de matéria, xará. Tenho o 2007 adegado e vou deixar descansando mais uns anos. Belo fight
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Deixa sim que vai evoluir muito
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Belíssimo evento. Parabéns !
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Belíssima vertical e ótimo texto, caro Sitta. Lembro-me que comprei uma caixa da safra 2003, na Expand do Villa – Lobos e não tive a paciência e disciplina de conservar nenhuma garrafa. Recentemente, em Janeiro, na última viagem pré-pandemia, comprei a 2014, por US$ 306/garrafa na Dufry de Ezeiza. Esta vou conservar com carinho, embora as safras pares não costumem ser à altura das ímpares (exceto a 2010).
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Marco
Eu também não consigo guardar muito. Esse foi uma garrafa de cada confrade. E as safras anteriores estão caríssimas
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