O Terroir Baiano e seus Vinhos e Vinícolas

Por Ivan Ribeiro do Vale Junior.

Que a Bahia é a terra da magia, do encanto e do axé, isso todos já sabem. Do tempero gostoso e ardente, de todo charme e sedução que envolve o povo baiano, sempre muito hospitaleiro, receptivo e acolhedor.

Mas, os que nem todos sabem, é que na Bahia não se vive só de acarajé e carnaval não. Na Bahia se faz vinho! E vinho de muito boa qualidade. E, sobre esse assunto, tive o prazer e a honra de dividir uma live com a Michelle Sanni, CEO da Vinicola Helios, onde pudemos trocar idéias e falamos bastante sobre toda essa fantástica transformação e beleza que vem surgindo na Bahia. Foi uma live muito legal, descontraída, com bastante participação do público e de interação direta com todos.

E, pudemos falar sobre essa terra árida de solo rico em minerais e com baixa consistência de matéria orgânica, de onde tem surgido diversos projetos de vinícolas com projeção de grandes resultados em todos os aspectos.

Mas, de onde vêm tudo isso? Vem da região do Vale do São Francisco, Morro do Chapéu, Mucugê, e alguns projetos em tons experimentais nas regiões de Irecê, Vitória da Conquista e outros pequenos vinhedos sem expressão ainda.

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No entanto, iremos nos concentrar, nesse primeiro momento, nas regiões do Vale do São Francisco, que engloba a Bahia e Pernambuco, e as regiões de Morro do Chapéu e Mucugê.

Vale do São Francisco

Nos Municípios de Casa Nova e Curaça, na Bahia e em Lagoa Grande, em Pernambuco, surgem algumas vinícolas, com muita expressão já no mercado Brasileiro e Mundial.

Uma região de solo rico em minerais e com pouca presença de matéria orgânica, com incidência de 3.100 horas de sol por ano, estações bem definidas, e um projeto arrojado de irrigação dos vinhedos, chega-se a ter 2 e ½ colheitas ao ano (ou 5 colheitas em dois anos). Um clima semi-árido que desenvolve bem a chuva no primeiro trimestre do ano, e os enólogos e demais membros das vinícolas, responsáveis pela produção dos vinhedos, conseguem conduzir as vinhas para conceder o que elas tem de melhor na região.

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Toda essa sistemática empregada, acaba por proporcionar diferentes micros e nano climas dentro dos mesmos vinhedos, chegando ao ponto de termos diferentes estágios de maturação das uvas. Isso proporcionado por um cuidado extremo e uma busca incessante dos enólogos para imprimirem a perfeição e extraírem disso tudo à melhor essência que os bagos podem nos dar em foram de poesia engarrafada.

As safras bem definidas, englobam os meses de fevereiro a abril, onde podem-se colher uvas para produção de vinhos mais jovens e vinhos brancos, com produção bem definida pelas maiores vinícolas da região. Entre maio e agosto, com as temperaturas mais amenas e uma amplitude térmica maior, podem ser colhidas uvas que vão gerar vinhos com maior qualidade e projeções de amadurecimento, apresentando um equilíbrio maior entre acidez e açúcares, sendo nesse período que as vinícolas apostam na produção de vinhos de guarda que apresentam uma maior consistência. Finalizando com os períodos de outubro a dezembro onde tem uma época de muito sol, até o início das chuvas do primeiro trimestre, conforme assinalamos acima.

As uvas tintas que mais se destacam na região do Vale do São Francisco, são a Syrah e a Tempranillo, apontadas inclusive como as mais consistentes do mundo, em razão da quantidade de reverastrol presente nas mesmas. E, em relação as uvas brancas, as que mais se destacam na região são a Chenin Blanc e a Moscato Canelli.

Nessa região do Vale do São Francisco, temos cinco vinícolas mais destacadas: Vinícola Botticelli, Vinícola Bianchetti, Vinícola Santa Maria / Rio Sol, Vinícola Terra Nova e Vinícola Vinum Sancti Benedictes. Nem todas estão localizadas na Bahia, tema principal desse post, mas como fazem parte do projeto enoturístico do Vale do São Francisco, achamos interessante comentar sobre elas na publicação.

Vinícola Botticelli:

Fundada em 1984, atualmente produz cerca de 1,5 milhão de litros de vinhos por ano, destinado na produção de vinhos jovens e sucos. A primeira indústria da região a produzir vinho e pioneira no Nordeste no cultivo de uvas para exportação, localizada na Fazenda Milano, Zona Rural, s/nº, Santa Maria da Boa Vista – PE.

Tem muita revenda para os EUA e a Europa, além de atender ao mercado baiano e da região, plantando principalmente as castas Cabernet Sauvignon, Petit Syrah, Chenin Blanc e Moscato Canelli.

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Sua produção é de vinhos jovens, sem muita complexidade e sem passagem por barricas. Tem atualmente um projeto que envolve alguns blends com as castas Cabernet Sauvignon, Tempranillo e Tannat, que levam alguma passagem por barrica. Uma produção ainda pequena dessa linha mais especial, mas que vale a prova e buscar conhecer melhor esses vinhos e todo esse projeto.

Vinícola Bianchetti:

A única a produzir vinhos orgânicos na região, localizada na Estrada dos Vermelhos, s/nº, Zona Rural, Lagoa Grande-PE.

Produz as castas tintas Cabernet Sauvignon, Petit Syrah, Barbera e Tempranillo além das catas brancas Sauvignon Blanc e Moscato. Tem produção espumantes, vinhos secos, vinhos suaves e sucos. Alguns exemplos são os espumantes Bianchetti Branco Brut, Moscatel Asti e Rosé Demi-Sec.

 Vinícola Terroir do São Francisco – GARZIERA:

Localizada no Sítio Gado Bravo, s/n – Distrito de Vermelhos – Lagoa Grande – PE. É a pioneira no turismo enológico e na produção de suco natural de uva.

A vinícola está produzindo apenas o suco de uva integral Sol do Sertão e espumantes, e a visitação precisa ser agendada.

Vinícola Santa Maria – Rio Sol:

A Vinícola Rio Sol, está localizada no Município de Lagoa Grande – Pernambuco, tendo mais de 120 hectares de vinhas cultivas, e realizando duas colheitas por ano de suas vinhas.

Eles possuem um projeto arrojado desenvolvido juntamente com a Global Wines, grupo Português com sede no Dão, e onde produzem vinhos e espumantes de alta qualidade que são exportados para o Brasil.

Dentro da linha da Rio Sol temos diversos espumantes e um projeto arrojado (e delicioso) de picolés de espumantes. Muito interessante e vale muito a visitação para conhecer de perto tudo que vem sendo feito na região.

Os vinhos brancos e tintos são de diversas castas, tais como: Arinto, Viognier, Moscato Canelli, Cabernet Sauvignon, Syrah, Alicante Bousquet, Touriga Nacional e Aragonês, dentre outras.

Um vinho marcante dessa vinícola, é o atualmente denominado Rio Sol Premium, que é feito com 5 castas: Cabernet Sauvignon, Syrah, Alicante Bousquet, Touriga Nacional e Aragonês, com passagem de 12 meses em barrica de carvalho francês de primeiro uso. Esse vinho tinha inicialmente o nome de Paralelo 8, que representava exatamente a localização do paralelo onde fica situada a Vinícola Rio Sol.

Vinícola Terra Nova – Miolo:

Na parte Baiana do Vale, temos duas vinícolas muito marcantes e de projetos inovadores. Uma com alta tecnologia, a Terra Nova, uma das marcas da gigante Miolo.

Localizada no Município de Casa Nova, na Bahia, na Fazenda denominada Ouro Verde, tem mais de 200 hectares de terras plantadas com diversas castas, com uma produção anual de mais de 4 milhões de litros de mosto de uva, dos quais 2 milhões são destinados a produção de vinhos e o restante para produção de sucos, grappas e outros.

Alguns desses lotes que fazem parte da vinícola, tem uma condição especial e diferenciada, onde são cultivadas uvas que dão origem ao admirável vinho Syrah, Testardi, que significa “teimoso”, face a teimosia das pessoas que resolveram apostar nesse terroir e acreditar que poderiam vingar grandes frutos da região, como realmente vingaram.

Desse terroir específico, cujo nome é Mandacaru, ainda saem alguns vinhos da linha Single Vineyard da Miolo, uma linha extremamente agradável e de grande potencial para ser degustada pelos admiradores de vinhos de boa qualidade (saiba mais no link abaixo).

Degustação da Linha Single Vineyard Miolo no Empório Frei Caneca

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Outra informação bem importante sobre a Miolo e todos os seus vinhedos: conforme relatado pelos enólogos Letícia Fensterseifer e  Marcelo Schuch, que fazem parte do grupo Miolo, e que trataram sobre esse assunto juntamente com os Winemakers Victor Ramos e João Carlos Ramos, que são criadores do sensacional projeto de podcasts denominado sommbrothers.com.br , no seu episódio 12, que a Miolo acabou de criar vinhos 100% veganos, com selo de isenção de SO2 free, que foi apadrinhado pela Letícia. Idéia do Adriano Miolo para que a Leticia buscasse a forma de se fazer a certificação desses produtos da Miolo com selos veganos. Já que desde de 2004 toda a linha da Miolo não utiliza nenhum tipo de produto de origem animal na produção dos seus vinhos. E, hoje, todas as linhas da do grupo Miolo, que envolvem a: Miolo, Terra Nova, Almadén e Seival, tem o selo da VEGAN SOCIETY que é a empresa que detêm os direitos para emitir a certificação de Selo Vegano para as empresas que tem esses projetos.

Além de toda a beleza dessa região, a Miolo juntamente com o Governo do Estado da Bahia e do Pernambuco, bem como com as Secretarias locais, implementaram o projeto VAPOR que consiste em resgatar o antigo barco à vapor que navegava pelas águas do Velho Chico, com passeio nesses barcos como parte do projeto de enoturismo na região do Vale do São Francisco.

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Outra visita recomendada.

Vinícola Vinum Sancti Benedites:

Essa Vinícola que está localizada no Município de Curaça, na Bahia, é um projeto de um apaixonado pelo vinho, o Mestre José Figueiredo, que atuou como Sommelier profissional por mais de 30 anos, sendo iclusive eleito o melhor Sommelier do Brasil.

Depois de se aposentar, ele buscou ajuda junto a EMBRAPA para realizar esse projeto magnífico e sonhador, com vinhos de extrema qualidade e com um pequeno projeto de enoturismo dentro de sua Vinícola.

O proprietário desenvolve um projeto muito interessante, com degustação local, realização de pisa a pé, colheita noturna de suas vinhas, e vinhos que são produzidos com muito cuidado, primando pela prensagem e desengace de forma manual.

O carro-chefe do projeto é o VSB, um vinho feito com as castas Syrah, Touriga Nacional e Tannat, nas safras 2017, 2018 e 2019.

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Ainda existem outras castas que vem sendo cultivadas na vinícola, com intenção de lançamento, em breve, de novos vinhos como a Sauvignon Blanc e outras varietais.

Morro do Chapéu e Mucugê

Aqui surgem os mais novos projetos de viticultura do Estado da Bahia. Numa região maravilhosa chamada Chapada Diamantina, temos alguns projetos audaciosos como a Fazenda Progresso, a Vinícola Vaz e a Vinícola Reconvexo.

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Localizada em municípios que estão entre 900 e 1150 metros acima do nível do mar e com clima e solo que se assemelham a região de Mendonza, na Argentina, tem seus dias bem quentes e suas noites com temperaturas mais amenas e agradáveis. Clima perfeito para produção de belos vinhos, como esperam os que apostaram nesse projeto fantástico.

Vinícola VAZ:

Localizada em Morro do Chapéu, na Bahia, essa vinícola é um projeto desenvolvido numa área de 20 hectares, onde estão plantadas diversas castas como: Pinot Noir, Cabernete Sauvignon, Malbec, Syrah, Cabernet Franc, Merlot, Chardonnay, Viognier, Sauvignon Blanc e Niágara.

Trata-se de um projeto audacioso que envolve a construção futura de um condomínio de casas, onde terão seus próprios mini-vinhedos em seus quintais, e os proprietários poderão aprender a cultivas e produzir seus vinhos pessoalmente.

Com produção desde 2015, quando teve sua primeira colheita, começou comercialmente a vender seus vinhos na safra 2017. Produz espumantes Brut e Moscatel, e tintos Malbec, Syrah e um blend de Malbec e Syrah.

Vinícola Reconvexo:

Projeto dos meus amigos João Carlos Ramos e Rafael Araújo, iniciado em 2018, e com passos dados de forma lenta e comedida. É maravilhoso e pensado, está sendo articulado com visando ajudar a comunidade local, além de cooperação no desenvolvimento de toda região.

Inicialmente plantando as castas Malbec e Syrah, com previsão de primeira colheita para 2020 e inicio de produção em 2021. Tem a projeção do plantio da Chardonnay em outubro de 2020, e demais castas para testes de adaptabilidade com o clima e solo da região.

Fica localizada em Morro do Chapéu na Comunidade Santa Úrsula, próximo a Várzea da Onça. Constitui um projeto de pessoas engajadas com o mundo da viticultura, estudiosos e pesquisadores, que têm outros tantos projetos ligados ao mundo do vinho. Com certeza vem muita coisa boa dessa vinícola.

Vale ressaltar também, que já tem estudos e projetos para desenvolvimento do enoturismo na região, assim como, está realizando trabalhos em paralelo com a produção de queijos de cabra artesanal com um queijeiro Suíço que mora em Morro do Chapéu.

Fazenda Progresso:

Essa Fazenda constitui um projeto grandioso, que envolve plantio de diversas frutas, como amoras e morangos, além de café de altíssima qualidade, exportado para o Vaticano, como o Café Latitude 13, dentre outros projetos na área da agricultura.

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Contudo, no mundo do vinho, o projeto é fenomenal, com o plantio de diversas castas, meio que ainda guardadas em segredo, que são: Sauvignon Blanc, Chardonnay, Syrah, Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc, Pinot Noir e Petit Verdot, dentre outras.

Por sorte, tive o prazer de degustar um Sauvignon Blanc deles, em fase experimental, safra 2017, com passagem em barrica, cujo tempo não nos foi informado, e acredito não ter sido superior à 6 meses. O vinho servido às cegas, tinha uma complexidade de aromas, sabores, acidez e equilíbrio que impressionou à todos da mesa. Fomos guiados para França e jamais passou pela cabeça ser um vinho brasileiro, e ainda mais baiano. Trata-se de um trabalho fenomenal e estou ansioso para degustar os vinhos deles quando estiverem prontos.

O projeto da vinícola engloba ainda um restaurante de primeira linha, com uma adega particular, onde serão servidos os rótulos próprios com cozinha de alta gastronomia.

Considerações Finais

Esse é o nosso terroir baiano, em poucas palavras. Claro que falamos de modo sucinto e resumido. No entanto, buscamos englobar tudo de interessante e de destaque de cada região desse universo do vinho.

Ivan Ribeiro do Vale Junior.
Advogado / Sommelier / Professor / Escritor
WSET / ISG / FACSUL / UFRGS
Instagram:
@duvalewinetasting

 

17 comentários em “O Terroir Baiano e seus Vinhos e Vinícolas

  1. Muito bacana Ivan, parabéns pelo artigo, esclarecedor, muito bem escrito e com ótimos detalhes dessa região que merece ser melhor divulgada. Se me permite, gostaria de acrescentar algumas questões relacionadas a viticultura. A vitis vinífera é a espécie do gênero vitis mais apropriada para produção de vinhos de qualidade. Ela nasceu na bacia mediterrânea e, por isso, gosta das condições climáticas daquela região. Condições estas que não têm nada a ver com a Bahia. Por isso, a produção de vinhos de qualidade nessa região é uma conquista do homem, através da ciência, no caso, mérito da Embrapa e dos bravos produtores que se aventuram nessa jornada. A irrigação artificial e a poda forçada para direcionar o ciclo da vinha viabilizaram a produção de uvas capazes de produzir vinhos de qualidade. Porém há um calcanhar de Aquiles: a ausência de amplitude térmica. Sem a necessária diferença entre a temperatura do dia e da noite, a uva tende a amadurecer logo, produzindo muito açúcar e menos acidez do que o esperado. Por isso é fundamental usar variedades de maturidade precoce e colher o mais cedo possível, para evitar a excessiva maturação. Dito tudo isso, há um teto para a qualidade dos vinhos produzidos nessa região. Mas por outro lado, o clima é totalmente previsível, afinal não há risco de geadas, chuvas em excesso, granizo, e etc. Sendo assim, o que podemos esperar dessa região é vinhos confiáveis, no sentido pouca variação entre as safras. Enfim, a região pode sim produzir bons vinhos e eles deveriam ser vendidos a bons preços. Vejo com preocupação o cultivo de algumas variedades totalmente inadequadas a região. Talvez isso faça parte do processo de aprendizagem, mas a literatura e pesquisas da área estão aí para evitar equívocos dessa natureza. Também vejo uma vinícola de grande projeção nacional vender um vinho dessa região por um preço completamente fora da realidade. Mas acho que isso faz parte do processo e torço muito para que a região encontre seu nicho, suas variedades de uvas e ocupe o lugar que merece no cenário do vinho do Brasil. Um grande abraço e mais uma vez parabéns pelo artigo.

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    1. Muito obrigado, Renato pelas contribuições técnicas sobre a região. a amplitude térmica é um dos problemas mesmo. Muito embora, eles consigam um pouco disso nas colheitas de maio à agosto. Mas, sem dúvida alguma, deve-se muito ao trabalho do homem. Que bom que gostou. Fico muito feliz. Abraços amigo.

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    2. Olá Renato! Tudo Bem?
      Seu comentário é bem oportuno para a promoção de estudos e discussões sobre o terroir nacional. O desenvolvimento da viticultura neste recente e pouco explorado terroir baiano começou como deveria começar, com muita pesquisa e testes, realizados pela EMBRAPA. Assim como a tecnologia nos trouxe essa possibilidade, também continuará nos trazendo novas possibilidades de se obter excelentes resultados.
      Em Morro do Chapéu, por exemplo, o clima é bem diferente do Vale do São Francisco! E isso é um grande diferencial, pois Morro do Chapéu apresenta variação térmica média diária de 10° C, ao longo de todo ano. É claro que diversas castas foram e continuam sendo testadas, e nem todas se adaptarão. A Tannat, por exemplo, sequer produziu, em compensação, a produção de Syrah foi fantástica.
      Acredito que não apenas no Brasil, mas em diversas partes do mundo, pesquisa-se terroirs diferentes, fora dos famosos paralelos 30~50, que, obviamente, trarão vinhos com suas próprias características. Afinal, essa é a magia do terroir! Castas com amadurecimento tardio também estão sendo testadas para tentar obter o amadurecimento ideal com o calor típico baiano, e com isso, obter o melhor do fruto. Creio que teremos excelentes surpresas como o Ivan cita em seu texto.
      Por fim, parabéns Ivan! Excelente texto.

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      1. Muito obrigado, João. Realmente, a Syrah se adaptou muito bem em todo nosso terroir, e no Vale do São Francisco tem um produção marcante, com vinhos de altíssima qualidade, como o Testardi. Muita coisa boa ainda vem por ai. Abraços.

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  2. Ivan, parabéns pela matéria, que traz luz sobre uma região que é pouco conhecida dos apreciadores de vinhos. Os comentários e alertas do mestre Nahas são bem oportunos. E os esclarecimentos de João Carlos Ramos, com enfoque informativo complementar, deixaram a matéria ainda mais rica. Parabéns aos três!
    Gostaria de complementar esses textos com um pouco do que acompanhei das origens dessa produção.
    As plantações de uva na região (na época, apenas uvas de mesa) começaram, se não me falha a memória, no final da década de 70 pela iniciativa de dois empreendedores: Franco Persico, dono da fábrica de tubos Persico Pizzamiglio, e Mamoro Yamamoto, agricultor, grande plantador de batatas no Paraná. A ideia se baseava no fato de haver ali um clima estável e, com irrigação, a produtividade ser bastante elevada. Meu irmão Roberto era o gestor da operação daquele último. Depois, o Sr. Persico contratou uma enóloga de Bento Gonçalves para produzir vinhos. Yamamoto firmou uma parceria com uma das grandes vinícolas, creio que com a Miolo. A partir da iniciativa desses dois empresários, a cultura da uva alcançou níveis impressionantes na região do Vale do São Francisco.

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    1. Muito obrigado, Procópio sobre essas informações complementares!! Eu li sobre parte desse assunto. Mas, preferi me prender mais sobre a atualidade. Mas, as informações agregadas tem engrandecido ainda mais o artigo. Muito obrigado. Abraços.

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      1. Caro Ivan, trata-se apenas de um pouco da história desse empreendimento que rendeu tantos frutos. E resolvi registrar por ter, indiretamente, participado dele. Novamente, parabéns pelo artigo.

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  3. Parabéns Ivan, ótima publicacao. Estive nessa região da Chapada Diamantina em 2018 e senti a amplitude térmica na pele. À noite a temperatura baixa para 10 graus no inverno, contra um média de 28 durante o dia. Só falta identificar as castas que mais se adaptam à esse clima, o resto já possuem. Logo teremos bons vinhos dessa região.

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