Almaviva EPU – História, Curiosidades e Degustação Vertical

Amigos,

Esse mês de junho foi bastante movimentado, com eventos e degustações dignas de serem contadas aqui no Blog!

A primeira delas foi uma degustação de 9 safras do EPU, segundo vinho da prestigiada bodega chilena Almaviva, no restaurante El Tranvia do Itaim.

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Essa degustação abre novamente, aqui no Blog, a discussão entre a relação de custo x benefício dos chamados “segundo vinho” em algumas vinícolas, principalmente as que possuem uma alma bordalesa. O EPU custa cerca de três vezes menos que seu irmão mais velho e mais famoso, o fantástico Almaviva, mas entrega muito e talvez, em algumas safras, essa diferença de qualidade seja muito estreita, ficando a pergunta abaixo:

O que vale mais? três garrafas do EPU ou uma do Almaviva? Deixe sua resposta nos comentários!

+ 20 Safras do Almaviva.

Então, vamos contar um pouco da história do vinho e da vinícola antes de falarmos das nove safras degustadas!

História e Curiosidades

Em 1997 a Baronesa Philippine de Rothschild, Presidente da Diretoria de Assessoria da Baron Philippe de Rothschild S.A., e o senhor Eduardo Guilisasti Tagle, Presidente de Vinícola Concha y Toro S.A., fecharam um acordo com a visão de criar um vinho Premium Franco-Chileno, de qualidade excepcional, que viria se chamar Almaviva.

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O nome Almaviva, apesar de soar espanhol, vem da literatura clássica francesa: O Conde de Almaviva, era o herói das bodas de Fígaro, a famosa comédia de Beaumarchais (1732-1799). Mais tarde, a peça seria transformada em uma ópera pelo gênio Mozart.

Enquanto isso, o logotipo presta uma homenagem à história dos ancestrais chilenos, com três reproduções de um design estilizado, que simboliza a visão de uma terra e o cosmos na civilização Mapuche. O design parece o “kultrun”, um tambor ritual utilizado pelos Mapuches.

O EPU, segundo vinho da Almaviva, teve como suas primeiras safras a 2000 e 2001 (que não foram comercializadas e são uma verdadeira raridade). Entretanto, ele começou a ser produzido em série em 2006, mas sempre foi produzido em pequenas quantidades, sendo vendido principalmente para o Chile e o Brasil, com uma pequena quantidade indo para o Japão. Pronunciado Eh-Pu, seu nome significa o “número dois” na língua Mapuche.

Pela primeira vez, em setembro de 2021, o EPU 2019 foi vendida via La Place de Bordeaux, sob um rótulo redesenhado ao estilo semelhante ao do Almaviva.

O vinho é assinado por Michel Friou, Diretor de Enologia da Almaviva desde 2007 e com larga experiência na produção de vinhos em Bordeaux e no Chile.

+ Lançamento do Almaviva 2019 com Michel Friou.

Degustação Vertical

Nosso evento contou com a presença de 9 safras. De 2010 a 2017 e a mais recente 2019, que já foi produzida com o novo rótulo mencionado acima.

Abaixo os detalhes de cada uma das safras degustadas:

EPU 2010: não consegui a ficha técnica dessa safra, mas trata-se de um corte bordalês com base em Cabernet Sauvignon. A safra mais antiga foi a melhor de todas e mostra o potencial de evolução deste vinho. Notas de cassis, taninos macios, boa complexidade e muita fruta em compota com final aveludado. Nota V3 – 96 pontos.

EPU 2011: outra safra que também não consegui a ficha técnica. A garrafa estava bem abaixo do esperado, por certo algum problema na guarda, dessa forma não seria justa uma avaliação. Coisas que acontecem em uma degustação. Nota V3 – Sem nota.

EPU 2012: a ficha que localizei indica Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Carmenere, Merlot, Petit Verdot com passagem de 19 meses em carvalho francês. Notas de couro, chocolate e tabaco, bom volume em boca e final persistente. Nota V3 – 93 pontos.

EPU 2013: nessa safra o corte é 69% Cabernet Sauvignon, 17% Carmenère, 4% Cabernet Franc e 10% Merlot com passagem de 12 meses em carvalho francês. Mais uma safra muito regular, com boa evolução e ótima complexidade Nota V3 – 94 pontos.

EPU 2014: nessa safra o corte é 59% Cabernet Sauvignon, 24% Carmenère, 9% Cabernet Franc e 8% Merlot com passagem de 12 meses em carvalho francês. Não foi uma das favoritas mas também manteve a boa média das safras. Nota V3 – 92 pontos.

EPU 2015: nessa safra o corte é 77% Cabernet Sauvignon, 12% Carmenère, 6% Cabernet Franc e 5% Merlot com passagem de 12 meses em carvalho francês. Das safras mais novas foi a melhor, com destaque para o volume em boca, os taninos finos e o final aveludado. Nota V3 – 95 pontos.

EPU 2016: nessa safra o corte é 66% Cabernet Sauvignon, 24% Carmenère, 8% Cabernet Franc e 2% Petit Verdot com passagem de 16 meses em carvalho francês. A primeira safra com uma pequena parcela de Petit Verdot mantém a boa qualidade das safras anteriores. Nota V3 – 94 pontos.

EPU 2017: nessa safra o corte é 83% Cabernet Sauvignon, 11% Carmenère, 3,5% Cabernet Franc e 2,5% Merlot com passagem de 12 meses em carvalho francês. Outra safra muito boa e com largo potencial de evolução. Tem notas de chocolate na boca e no nariz, baunilha e fruta madura. Final firme e persistente. Nota V3 – 93 pontos.

EPU 2019: nessa safra o corte é 84% Cabernet Sauvignon, 13% Carmenère, 1% Cabernet Franc e 2% Merlot com passagem de 12 meses em carvalho francês. Ainda jovem com um enorme potencial de evolução, será uma das melhores safras desse vinho. Nota V3 – 95 pontos.

Bons vinhos a todos!

Serviço:
Website: www.almavivawinery.com
Instagram: @almavivawinery

26 comentários em “Almaviva EPU – História, Curiosidades e Degustação Vertical

    1. Boa pergunta e não existe certo ou errado, mas para mim 3 garrafas do UPU me satisfazem mais do que uma do Almaviva. Excelente degustação muito bem retratada pelo Blog. Showwwwwww

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  1. Ano passado abri um EPU 2008 e o Almaviva 2010 numa mesma noite para poder chegar à uma opinião própria sobre esse Duelos entre Primeiro e segundo vinho. O post está nesse link https://www.instagram.com/p/CGbZ8ZjFLai/?utm_source=ig_web_button_share_sheet. Em Resumo o primeiro vinho tem o “Caldo Mais Grosso” se permitem usar essa termo. Ele é ligeiramente mais encorpado e mais pesado na língua, com maior complexidade aromática e mais rico no palato, que o Epu, porém essa diferença não justifica custar 3 ou 4x mais, sendo assim, mais uma vez, sigo achando que o segundo vinho compensa sempre mais que o primeiro. Recomendo o teste do Ferreirinha reserva especial vs o Barca Velha. Um abraço, Rodrigo Blanco @RB.WINE

    Curtido por 1 pessoa

  2. Sou fã do Almaviva, mas prefiro comprar três garrafas do EPU. A diferença entre os vinhos não é grande e o EPU entrega muito. Meu receio agora é com a repercussão desse post. Vai que o Michel Friou leia a matéria, se empolgue com os comentários e resolva aumentar o preço do brinquedo?

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  3. Difícil decisão!
    Acredito que para beber em 5-10 anos valha mais a pena comprar 3 garrafa de Epu. A diferença de “prazer” é pequena para justificar a diferença de valor… 😉
    Mas isso provavelmente não será verdade quando os vinhos (Epu e Almaviva) fizerem seus 20-30 anos…
    Parabéns pela degustação e pelo post!! 👏🏼👏🏼👏🏼

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  4. Prefiro 3 EPU, do que 1 Almaviva, no caso específico que estamos comentando, por conta da qualidade dos vinhos envolvidos. Talvez outros vinhos me fizessem mudar de opinião…

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  5. FIzemos esse ano uma degustação onde tinha um almaviva 2015 (safra reconhecidíssima) e um EPU 2016. O Almaviva apresentou uma complexidade absurda, e claramente percebemos um infanticídio, já o EPU estava incrível, macio (ainda assim a preferência foi pelo Almaviva). Na minha opinião se for comprar um vinho para guardar e celebrar datas especiais longas (aniversário de 18 anos de filho, bodas de prata), eu iria de almaviva. Mas para tomar em 5 anos, acho que o EPU atende muito bem!

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