Amigos,
Por muitas vezes já percebi, durante as degustações de vinhos, que podemos sim nos influenciar pelo rótulo, pelo preço ou principalmente por algumas preferências pessoais como origem, uva, cor, etc. E muitas vezes quando as degustações são feitas às cegas, surpresas quase sempre acontecem, quebrando inclusive alguns pré-conceitos como algumas preferências pessoais.
Este tema já foi, inclusive, abordado aqui no Blog. O link está a seguir:
Como Enganar Especialistas e os Consumidores de Vinhos.
Em recente pesquisa na Internet, achei o artigo abaixo, totalmente relacionado com esse tema e resolvi publicar aqui para discutirmos esse assunto.
Um estudo recente, com um vinho branco tingido para parecer um Rosé, mostra como uma discordância entre as expectativas de cores e sabores pode criar uma reação negativa.
A discordância entre a cor do vinho e as expectativas de sabor e aromas pode ser o ponto de inflexão entre os consumidores gostarem ou não dos seus vinhos. O estudo abaixo fornece um exemplo gritante de como podemos influenciar significativamente as experiências dos provadores modificando a cor do vinho e como uma discordância entre as expectativas de cor e sabor pode potencialmente criar uma reação negativa. O estudo envolveu a avaliação sensorial de um vinho branco, um vinho rosé e o mesmo vinho branco tingido para parecer um rosé.
A cor do vinho carrega uma infinidade de significados em relação à proveniência e às qualidades sensoriais esperadas de um vinho. Presumivelmente, esse significado é aprendido por meio da associação e, parte da habilidade de um provador de vinhos, vem da capacidade de decodificar informações que podem ser discernidas em variações sutis na cor do vinho que eles bebem / avaliam. No entanto, a dependência da cor significa que os provadores de vinho, especialmente os especialistas, geralmente apresentam vieses olfativos induzidos pela cor. O presente estudo avalia como a cor do vinho, especificamente o tom dos vinhos rosados, pode influenciar o aroma e o sabor percebidos em uma grande amostra de novatos e especialistas em vinhos.
Os participantes (N = 168) provaram três vinhos: um vinho branco (W), um vinho rosé (R) e o vinho branco tingido para combinar com o rosé (Ŕ) e selecionaram livremente três descritores de aroma e três aromas de uma lista. Eles também avaliaram o gosto do vinho, a intensidade do sabor e a dificuldade de descrição de cada vinho.
Os principais resultados obtidos foram:
– Provadores de vinho experientes consideraram o vinho branco tingido (Ŕ) mais semelhante ao vinho rosé (R) do que ao vinho branco (W.) apesar de Ŕ e W serem exatamente o mesmo vinho.
– Descritores de frutas vermelhas foram utilizados para R e Ŕ, mas não para W, apesar de Ŕ e W serem o mesmo vinho branco.
– Provadores de vinho experientes foram os mais influenciados pela cor do vinho.
– O corante resultou em uma mudança na detecção de aromas de maçã verde e pêra (olfativa) para morango e rosa e com sabor de maçã verde e limão para morango e toranja;
– O vinho tingido foi o menos apreciado e considerado de alguma forma diferente.
As implicações de tais resultados em termos de representações cognitivas do vinho e o papel das expectativas sensoriais são discutíveis mas mostram uma clara influência da cor do vinho principalmente nas análises dos especialistas.
Tema muito interessante Sitta!! Creio que isso possa ocorrer mesmo. Mas, acredito que devemos levar pela análise olfativa apenas. Eu acredito que não cairia nessa situação não. Mas, todos podem estar sujeitos aos erros. Abraços.
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Sou influenciada pela cor, região, e pasme, pela beleza do rótulo!😁🍷
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Justo kkkk
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Se tratando de comida, dizem que comemos primeiro com olhos, e como vinho é um alimento não descarto essa possibilidade mesmo. Por isso que provas a cegas são as melhores, como vc mesmo disse, as surpresas são a melhor parte! Belo artigo! Saúde amigo!
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Valeu Alan. Já fizemos algumas provas cegas juntos e essa é a pura verdade
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Ola Maíra!!
Jamais ( ou quase) , seria influenciado pela cor, até porque, ainda nao encontrei um vinho Rose, que me agrade!
Francês, português, brazuca…
Acho que me falta, maturidade ou mesmo experiência!!
Um beijão pra você!!!😘
Valeu Rodrigo Sitta, pela postagem esclarecedora!!👍
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Obviamente, a partir da cor do vinho o nosso cérebro já trabalha com as memórias e conhecimentos adquiridos, fazendo associações automáticas sobre o que se esperar do vinho do ponto de vista aromático e gustativo. Assim ficamos condicionados a associar o vinho tingido com os descritores esperados para um rosé, embora não o seja. Interessante é o fato de que na boca seria mais fácil fugir da armadilha e, ainda assim, provadores experientes persistiram no erro. Legal esse debate. Forte abraço Rodrigo! 🙏🍷
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Pois é Luis. Fico imaginando a reação deles após a divulgação do teste
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Excelente prueba que desmitifica un poco el a veces perverso juego del vino y lo vuelve mas real como verdaderamente lo es aunque no siempre estemos dispuestos a reconocerlo.
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Gracias por su atención amigo
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Parabéns pela matéria, Sitta!!!
Abraços
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Obrigado Marcos
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