Olá,
Você já ouviu falar do projeto Vinhos Imperfeitos?
Bom, se ainda não ouviu, muito provavelmente terá curiosidade em provar os vinhos após ler nossa postagem.
Estamos falando de vinhos fora-de-série e, entre eles, alguns dos vinhos brancos mais caros e prestigiados de Portugal, um projeto pessoal do enólogo e viticultor Carlos Raposo que tive a oportunidade de provar graças ao confrade Antônio Nunes que organizou não somente a degustação dos 3 principais vinhos brancos do projeto, como a participação do próprio Carlos para nos falar de sua experiência e de seus renomados vinhos.
E vale ressaltar que não foi simples trazer os vinhos para o Brasil em meio a pandemia, visto que Carlos Raposo ainda busca o parceiro ideal para distribuir os vinhos por aqui. Tudo deu certo graças a Maristela Moura, que trouxe os vinhos junto com sua mudança, em sua volta da Suiça ao Brasil.
Sobre o Projeto
A empresa Vinhos imperfeitos Carlos Raposo nasce de uma enorme vontade em criar vinhos singulares, únicos e de notável mineralidade e elevada qualidade. Utilizando o melhor que a natureza pode oferecer, sendo que seu objetivo é simplesmente traduzi-lo para um copo de vinho.
Este novo projeto assenta no sonho de fazer vinhos em qualquer pais e região do mundo e ter a oportunidade de criar vinhos únicos. Este desejo é antigo e a sua concretização é facilitada pelo fato de Carlos ter trabalhado nos quatro cantos do mundo e criado fortes amizades ao longo desses tempos de viagens. A título de exemplo, sairá brevemente para o mercado um vinho de Saint-Emilion (Bordeaux), feito à “moda” de Carlos Raposo.
Em 2018, quando os Vinhos Imperfeitos foram lançados, eles já conquistaram o mercado nacional e internacional. Os Imperfeitos, são produções limitadas, e já foram provados e aprovados por jornalistas, críticos e revistas especializadas, inclusive pela conceituada “Decanter” que deu 97 pontos ao vinho Imperfeito, uma pontuação nunca antes atingida num vinho branco português, e motivo de imenso orgulho. As principais pontuações e críticas recebidas por este vinho estão no link a seguir: Pontuações e Críticas do Vinho Imperfeito I Branco 2018.
Sobre o enólogo
Desde cedo que Carlos Raposo percebeu sua ligação com a natureza, por essa razão aos 16 anos decidiu estudar enologia e viticultura na escola CVR Bairrada. Aos 20 anos de idade, partiu para França, onde estudou durante sete anos em Bordeaux e Borgonha. Obteve a licenciatura em Viticultura na Universidade de Borgonha e o mestrado em Enologia na Universidade de Bordeaux.
Durante os seus estudos, trabalhou no Château Smith Haut Lafitte e Château Malescot Saint Exupery em Margaux. Depois disso, procurou outras experiências e trabalhou na quinta Sardónia em Ribera del Duero (Espanha), Robert Craig em Napa Valley (EUA) e Stuart Wines Company em Heathcote (Austrália).
Em 2011, aos 27 anos, voltou definitivamente para Portugal onde começou a trabalhar com o genial Dirk Niepoort. Apesar de jovem, a sua experiência pelo mundo fora, paixão e dedicação tornou-o o homem chave de Dirk, na Quinta de Nápoles, no Douro. Trabalhou arduamente para esculpir vinhos como o Batuta, Coche, Robustus e Redoma. Mas também o Turris e todos os outros projetos que ele agarrou, desde o Dão até aos Vinhos Verdes. Carlos deixou parcialmente a Niepoort em meados de 2018, continuando a trabalhar juntamente com o Dirk no projeto Vinhos Verdes.
Em 2018, voltou às origens, criando o seu próprio projeto chamado Vinhos Imperfeitos. Carlos é natural da região do Dão, conhece muito bem o potencial da região e há muito que idealizou os vinhos que ali quer fazer.
A Degustação
A degustação, conduzida virtualmente por Carlos Raposo, via aplicativo Zoom, e realizada no restaurante Casa Santo Antonio contou com os três vinhos brancos da safra 2018: Vinho Imperfeito, D & V Code e Vinho Verde 3 Pontos. Conforme o próprio Carlos nos contou, o Vinho Imperfeito 2018 é hoje o vinho branco mais caro de Portugal e seu preço é superior a 350 dólares.
Carlos nos contou que busca fazer vinhos autênticos, com uma perspectiva diferente, respeitando ao máximo a integridade das uvas, provando as uvas no vinhedo e tentando perceber qual seria a vinificação ideal. Ele aprendeu a observar, a deixar a natureza fazer e só intervir em caso de problema (mínima intervenção). Tem como foco fazer vinhos puros, autênticos, precisos, únicos, e sobre tudo difíceis de reproduzir.
“Adoro vinhos brancos frescos, minerais, complexos, profundos e tintos com uma ponta de rusticidade, floresta e especiarias. Acredito que a região do Dão é perfeita para este tipo de vinhos, pensando sempre no potencial de envelhecimento, nos brancos e tintos feitos pelo Eng. Cardoso de Vilhena no centro de estudos do Dão, uma referência mundial, no patamar dos melhores néctares deste nosso mundo, muito perto do céu… sim é isso que quero fazer!”
Vinho Verde 3 Pontos 2018: criado maioritariamente a partir de uvas Arinto, Loureiro e Avesso da sub-região de Baião, provenientes de vinhas com 45 anos de idade e plantadas num solo de granito. Foram engarrafadas 1479 garrafas e 96 Magnum.
D&V – CODE 2018: Feito de uvas de duas regiões diferentes: Dão e Vinhos Verdes. O objetivo é juntar numa única garrafa o melhor que podemos obter dos dois mundos, acreditando que a união faz a força. Feito de uvas Avesso, Alvarinho, Esgana Cão, Rabo de Ovelha, Encruzado, Malvasia Fina, Douradinha, Barcelo, Branda, entre outras de vinhedos entre 50 e 100 anos. A metade do Dão (majoritariamente Encruzado), estagia em barricas de carvalho francês usado por 6 meses. Foram engarrafadas 2961 garrafas e 20 Magnum
Vinho Imperfeito 2018: o vinho branco mais caro de Portugal. Produzido a partir de uvas Esgana Cão, Rabo de Ovelha, Encruzado, Malvasia Fina, Douradinha, Barcelo, Branda, entre outras de vinhedos de 80 a 120 anos. O mosto fermentou parte em inox e outra parte em barricas usadas da região de Borgonha “Puligny Montrachet”, escolhidas expressamente para este vinho. Depois de uma fermentação lenta, os dois lotes foram juntos estagiar em uma cuba antiga de cimento (1962), onde o objetivo foi o casamento dos dois lotes e a criação natural de uma mineralidade e rusticidade típica do cimento. Foram engarrafadas 2154 garrafas e 72 Magnum.
Muito obrigado Antonio Nunes e Carlos Raposo por nos permitir provar vinhos imperfeitos que beiram a perfeição.
Esses vinhos têm meu número. Vão pra lista, pena que não tem no Brasil. Quando voltar a terrinha vou atrás. Parabéns pela oportunidade Rodrigo. 🙏🍷👍
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Prova sensacional meu amigo. Inesquecível
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Só mesmo Antonio Nunes poderia nos brindar com esse espetáculo de degustação. Obrigado, amigo!
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Que bancana esse degustação deu água na boca ! E parece que ele ganha complexidade com a guarda. Espero-a que chegue em breve para nós.
Ótima descoberta do Antônio ! Abraço
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Segundo o produtor é vinho pra mais de 20 anos. E pela prova chega com tranquilidade
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Que experiência fantástica.
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Obrigado pelo post Rodrigo, não conheço esses vinhos e quando puder estar em Portugal novamente, vou procurá-los. Ja sei do potencial da Região do Dão e dos vinhos fantasticos que podem ser produzidos ali. Grande abraço .
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Sem dúvida são vinhos diferenciados. E que vão ganhar muito com a guarda
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