Herederos del Marques de Riscal – História e Degustação.

Amigos,

No último dia 15 de setembro realizamos o primeiro encontro presencial do Blog Vaocubo desde março, após o início da pandemia. O tema escolhido foi uma degustação com vinhos da prestigiada Herederos del Marques de Riscal, mas antes de falarmos sobre a degustação, vamos conhecer um pouco mais dessa vinícola com mais de 160 anos de tradição.

Vale ressaltar que a Marques de Riscal ocupa a 21ª posição da lista das 50 marcas de vinhos mais admiradas do mundo em 2020, de acordo com a pesquisa da Drinks International (lista completa no link abaixo).

+ As Marcas de Vinho Mais Admiradas do Mundo em 2020.

História

A Bodega foi fundada em 1858 por D. Guillermo Hurtado de Amézaga em Rioja Alavesa, a sub-zona Norte de Rioja, uma das duas únicas DOCa da Espanha. Foi após 4 anos de sua fundação que a vinícola engarrafou seus primeiros vinhos, em 1862, sendo o vinho engarrafado mais antigo de Rioja e em apenas 5 anos chegaram os primeiros prêmios. Em 1883 a vinícola foi ampliada e o edifício conhecido como “El Palomar” foi construído.

O Marques de Riscal foi o primeiro vinho não francês a obter o Diploma de Honra na Exposição de Bordeaux em 1895. Este diploma foi adicionado ao rótulo do vinho como mostrado na imagem abaixo.

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Outra curiosidade interessante sobre a vinícola é que, no primeiro quarto do século XX, eles incorporaram às suas garrafas a chamada “Redinha de Rioja”, uma tela de arame dourado que tinha como objetivo evitar a falsificação de seus vinhos, garantindo a qualidade. Isso inclusive já foi tema aqui no Blog e a história completa está no link a seguir: Redinha de Rioja.

A Marques de Riscal iniciou em 1972 a produção dos primeiros vinhos brancos provenientes de Rueda. Em 1974, introduziu a variedade francesa Sauvignon Blanc na região. Em 1980 foi uma das adegas impulsionadoras da D.O. Rueda.

Em 1986 começou a ser produzido o Barón de Chirel, o precursor do que se poderia chamar de vinhos da nova era de Rioja. Durante o evento tivemos a oportunidade de provar três safras desse vinho fantástico, até hoje o vinho ícone da vinícola.

Com a chegada do século XXI, a Marques de Riscal dá início ao Projeto 2000, que foi um passo para o futuro com a construção da adega San Vicente e o início das visitas turísticas. Em 2006, foi inaugurada The City of Wine, complexo que engloba as instalações da bodega, um luxuoso hotel projetado pelo famoso arquiteto canadense Frank O. Gehry, dois restaurantes, um spa e uma loja de vinhos.

Em 2015 a Marques de Riscal realizou um evento singular: uma degustação histórica de 114 safras da coleção particular do Marques de Riscal com profissionais do setor de todo o mundo. Um grande privilégio para alguns felizardos.

Com raízes nas vinhas de Rioja, a evolução contínua fez com que a Marques de Riscal se expandisse para diferentes regiões e denominações da geografia espanhola. Hoje ela tem vinhedos na Denominação de Origem Calificada Rioja onde planta Tempranillo e Graciano, na Denominação de Origem Rueda onde planta Verdejo e Sauvignon Blanc, na Denominação de Origem Toro onde planta Tinta del Toro (Tempranillo) e Verdejo e na Denominação de Origem Getariako Txakolina onde planta a casta nativa Hondarrabi Zuri.

Hoje, 65% da sua produção anual é exportada para mais de 110 países, fazendo da Herederos de Marques de Riscal uma das vinícolas mais conhecidas do mundo.

A Degustação:

A degustação que aconteceu no restaurante El Tranvia do Itaim, contou com 10 vinhos de seis rótulos da vinícola, incluindo duas mini-verticais de três safras cada.

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Abaixo falamos um pouco mais de cada um dos vinhos:

Rueda 2018: uvas 100% Verdejo da D.O. Rueda, orgânico, passa dois meses sobres as borras em tanques de aço inox. Leve e frutado, com notas cítricas no aroma e palato, acompanhou bem a salada do jantar harmonizado. Nota V3 – 87 pontos.

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Finca Torrea Rioja 2016: na minha opinião a melhor surpresa da noite, corte de 90% Tempranillo com 10% Graciano e 18 meses de estágio em carvalho francês e 14,6% de graduação alcoólica. Vinho macio e equilibrado com notas de coco queimado e caramelo no palato, taninos aveludados e final potente. Nota V3 – 92 pontos.

Reserva Rioja 2015: corte de 93% Tempranillo e 7% Graciano com 24 meses em barrica americana e 14,3% de graduação alcoólica. Um pouco apagado após o Finca Torrea, mostrou que ainda precisa de uns bons anos em garrafa. Nota V3 – 88 pontos.

Baron de Chirel Verdejo 2017: produzido de uvas 100% Verdejo de vinhedos pré-filoxéricos de pé franco, com envelhecimento sobre as borras por 8 meses em foudres de carvalho austríaco de capacidade de 2.000 e 3.000 litros. Rico em boca, acidez equilibrada e marcante, notas de frutas amarelas e cítricas, final largo. Servido nesta sequência para acompanhar o primeiro prato do jantar, um salmão grelhado com legumes. Nota V3 – 93 pontos.

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Gran Reserva Rioja 2006: um dos melhores da noite e o melhor da mini-vertical bem a frente dos demais. Corte de 90% Tempranillo, 8% Graciano e 2% Mazuelo com 32 meses em carvalho francês e 14% de graduação alcoólica. Elegante e equilibrado, aromas de café, baunilha e caramelo, em boca tem taninos finos, notas de chocolate ao leite e cerejas e final aveludado – Nota V3 – 97 pontos.

Gran Reserva Rioja 2007: corte de 85% Tempranillo e 15% Graciano com estágio de 32 meses em carvalho francês e 14% de graduação alcoólica, esta safra estava bem abaixo das demais da mini-vertical. Nota V3 – 92 pontos.

Gran Reserva Rioja 2013: uvas 100% Tempranillo de vinhedos de mais de 80 anos, com estágio de 32 meses em carvalho francês e 15% de graduação alcoólica. Balanceado e bem equilibrado, com notas de baunilha, caramelo e café, taninos firmes e final largo. Já mais pronto que o 2007. Nota V3 – 94 pontos.

Baron de Chirel Reserva 2010: o melhor da degustação, corte de 70% Tempranillo e 30% Cabernet Sauvignon com passagem de 18 meses em carvalho francês e 14,5% de graduação alcoólica. Complexo no nariz, muito expressivo e intenso, apresenta aromas de pimenta, fruta madura, damascos e cedro. Em boca é rico, envolvente, equilibrado e sedoso com taninos finos e final longo e persistente. Nota V3 – 98 pontos.

Baron de Chirel Reserva 2012: corte de 70% Tempranillo e 30% Cabernet Sauvignon com passagem de 26 meses em carvalho francês e 14,5% de graduação alcoólica. Nariz expressivo, apresenta aromas de pimenta, groselhas, baunilha e cedro. Em boca é rico, potente, aveludado com taninos finos e final longo e persistente. Nota V3 – 95 pontos.

Baron de Chirel Reserva 2014: corte de 70% Tempranillo e 30% Cabernet Sauvignon com passagem de 20 meses em carvalho francês e 14,0% de graduação alcoólica. Um pouco mais pronto que o 2012, apresenta aromas de gengibre, café, baunilha e caramelo. Em boca é firme, equilibrado, aveludado com taninos maduros e final potente. Nota V3 – 96 pontos.

Em breve novos eventos do Blog. Bons vinhos a todos!

Fontes:
https://www.marquesderiscal.com/
https://www.cellartours.com/spain/spanish-wineries/marques-de-riscal

16 comentários em “Herederos del Marques de Riscal – História e Degustação.

  1. Privilégio ter participado deste evento.
    Degustação sensacional ao lado de amigos e de confrades que até agora só conhecia a distância mas que passo a ter como amigos.
    Felicidade por ter conhecido pessoalmente o grande Toni Monteiro que é a simpatia em pessoa.
    Sitta Parabéns pela apresentação dos vinhos e condução do evento.

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    1. Que grande prazer e alegria foi poder conhecer você e sua esposa grande Brunão! Em breve vamos está juntos novamente para partilhar umas taças e um bom papo! Muito obrigado por sua amizade! Grande abraço!!!

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      1. Com grande satisfação participamos desse evento, onde grandes vinhos e com honrosas companhias desfrutamos de uma degustação maravilhosa! Parabéns Sitta por mais essa belíssima noite!

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