Amigos,
No última noite de vinhos com os amigos, na semana passada, tive a oportunidade de provar um Tokaji Aszu (5 Puttonyos) safra 2005. Isso me motivou a escrever um artigo sobre essa incrível classe de vinhos e, como o assunto é bastante abrangente, vou dividir em duas partes. Nessa primeira, trago a história e os tipos de uvas usados na produção dessas maravilhas.
Vinhos Tokaji: Estilos de Produção e Grau de Doçura
História:
“Wine of kings and king of wines”
Quem aprecia vinhos de sobremesa, provavelmente seja apaixonado pelos famosos vinhos doces hungáros, os Tokaji, a quem muitos já chamaram de “Néctar dos Deuses”. Apreciado, há séculos, por reis e imperadores, músicos e escritores, o vinho Tokaji é tão famoso que é citado até na letra do hino nacional de seu país de origem, a Hungria.
Tokaj na verdade é a região vinícola mais famosa da Hungria, cujo vinho doce já foi reverenciado em toda a Europa. Como em muitas denominações clássicas, as 27 aldeias da Tokaj DOP têm identidades únicas e possuem uma mistura de vinhas classificadas.
Tokaj refere-se à região, enquanto Tokaji é o vinho. O “i” em húngaro é possessivo e é correto dizer Aszú de Tokaj ou Tokaji Aszú. Para complicar ainda mais, Tokaj é o nome da denominação e uma das 27 aldeias dentro dela.
A denominação foi criada em 1937 por um decreto real, que estabeleceu limites geográficos pelos quais as aldeias poderiam usar o nome Tokaj, o que significa que todo vinho produzido nessas aldeias é igual e mantido nos mesmos padrões na vinha e na adega. Essencialmente, esta é a primeira denominação de origem protegida do mundo para o vinho.
Tipos de uva:
As seis variedades de uvas nativas mais comuns na era pós-filoxera mantiveram sua popularidade na região devido à sua alta acidez, concentração de açúcar e capacidade de contração de botrytis. A variedade mais plantada é Furmint, seguida por Hárslevelű, Sárga Muskotály e pequenas quantidades do resto.
Furmint: A Furmint tem aglomerados bem compactos de frutas de tamanho médio, amadurece tarde, mantém alta acidez e é muito propensa a botrytis. O amadurecimento tardio é essencial para aumentar a concentração de açúcar e os aglomerados compactos espalham-se eficientemente. O perfil de DNA identificou a Furmint como um descendente de Gouais Blanc e, portanto, provavelmente um meio irmão da Chardonnay, Riesling, Gamay Noir e outros membros dessa família.
Hárslevelű: Uma descendência genética de Furmint, Hárslevelű tem cachos mais frouxos e peles relativamente grossas, tornando-a menos propensa a botrytis nos anos mais secos. Amadurecimento tardio, aromática, e com acidez elegante, pode produzir vinhos varietais ou funcionar como um componente de mistura para vinhos secos e doces.
Sárga Muskotály: Conhecida como Muškát Žltý na Eslováquia, Muscat Blanc na França, Moscato Bianco na Itália e Gelber Muskateller na Áustria. A uva mais aromática em Tokaj, também mantém grande acidez e está amadurecendo mais tarde. Os seus usos abrangem toda a gama, desde os vinhos secos aos vinhod de Aszú.
Além das três primeiras, que abrangem a maior parte da produção, também temos a Kövérszőlő, que quase foi extinta e foi revivida na década de 1990, a Zéta que é formalmente conhecido como “Oremus” e a Kabar que é também conhecido como Tarcal 10.
No segundo post dessa série, falaremos sobre os vinhos doces, os mais famosos da região, e algumas outras curiosidades. Até breve!
Otimo post para um apaixonado por Tokaji, pleno de informações muito interessantes, valorizará aimda mais os próximos!
Aguardo ansioso o segundo post.
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Parabéns Sitta!! Cada dia aprendo mais com você!! Fiquei curiosa para experimentar. Saúde!
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Eu sou completamente apaixonado por eles, pena que sou liso… LOL!
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Pois é Chuck. Não e nada barato
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Sensacional Rodrigo! Tanto o vinho quanto a matéria!
Vida longa ao blog!
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Mais uma bela aula que você nos dá, Sitta.
Já dei umas provas de tokaji em confrarias, só assim pra gente conseguir dar uma bicada!
Abraço!
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Tive algumas oportunidades mas o auge foi um Oremus Eszencia 2000. Sensacional
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Muito bom o artigo sobre o tema. Parabéns!
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Valeu Rodrigo.
Gostei muito da matéria ouvi de uvas e processos que jamais imaginei, fiquei surpreso sempre imaginei que os vinhos doces fossem feitos como os do PORTO mas parabéns pela bela aula de história.
Aguardo ansioso a próxima.
Parabéns
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O mais importante é aprender sempre. Saúde
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Mais uma aula sobre a história dos vinhos, essa em particular sobre os famosos e raros (e muito caros por aqui) Tokaj, que provei apenas uma vez e achei muito delicioso e interessante… Pretendo ainda provar algum com mais de 3 puttonyos… kkk
Obrigado pela matéria Sitta!!!
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Ótimo conteúdo Sitta, parabéns amigo!
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Show ,Rodrigo ,esse vinho é top demais !
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Bom mesmo
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